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Outubro Rosa
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Vi recentemente uma reportagem sobre câncer de mama. Um médico alertava a respeito do fato que, após a pandemia, diminuiu o número de mulheres a partir dos trinta anos que procuravam os serviços do SUS para realizarem anualmente exames de prevenção ao câncer de mama, entre outros. O médico disse que esse fato era alarmante, pois quando o câncer não é detectado no início, possivelmente levará a óbito.


Para o ano de 2022, foram estimados 66.280 novos casos, o que representa uma taxa ajustada de incidência de 43,74 casos por 100.000 mulheres (INCA, 2019a). As taxas brutas de incidência e o número contabilizado no ano de 2023 já mostram sinais de que será ainda maior o número de pacientes, infelizmente.


O câncer é silencioso, vi casos de mulheres que, no espaço de seis meses, tiveram rompimento de um tumor de mama. Uma pessoa chegou a me contar a história da mãe dela, que chegou a ter uma necrose do seio.

Quando notaram que ela era vítima do câncer, nada mais poderia ser feito.


O autoexame é fácil de se fazer: deitada de costas, apalpando com a mão direita o seio esquerdo e a esquerda o lado direito, ou no banho com o braço levantado, apalpando uma e outra mama. Foi em um autoexame que descobri um pequeno caroço na mama direita. No ano de 2005, tive a oportunidade de sobreviver, após um tratamento doloroso, físico e psicológico.


Jamais esquecerei o dia em que o médico deu nome ao monstro que eu carregava: Carcinoma Ductal Invasivo, um pequeno tumor, aparentemente inocente e indolor, poderia ceifar a minha vida. Sou uma pessoa de fé, mas minha maior preocupação era deixar meus filhos, de 9 e 6 anos, órfãos de mãe.

Entre cirurgia, quimioterapia e radioterapia, meses se passaram. Além do desconforto físico, o meu estado psicológico estava no fundo de um poço, em uma escuridão total. Foram mais cinco anos de espera, e tratamento com medicamento, para receber o parecer que estava livre do câncer.


Mas eu ainda tenho medo do pequeno monstro. Somos mulheres do século 21, bem-informadas, só que o câncer de mama ainda mata. Por falta de autocuidado, e infelizmente, em muitas regiões do país, não há atendimento médico adequado. A falta de cuidado, ou o pensamento que “isso, não vai acontecer comigo”, é errôneo. Todas estamos sujeitas a esse mal, que apesar de tanta evolução tecnológica, médica e exames de última geração, continua a proliferar e fazer milhões de vítimas mundialmente.


Claro que não desejamos, nem planejamos, passar por esse ou outro tipo de doença. Mas prevenir é fundamental. Temi por minha vida, chorei escondida, implorei por um milagre. E aqui estou, como testemunha, para dizer que descobrir e enfrentar de cabeça erguida esse pesadelo é a melhor solução.


Vale lembrar que o câncer cresce, assustadoramente, em espaço de meses. A partir da detecção do caroço que, no meu caso, era do tamanho de uma azeitona, entre idas aos médicos, exames e cirurgia, o tumor atingiu o tamanho de uma laranja pequena. Que culminou em uma mastectomia total e esvaziamento axilar.


Se informem, façam autoexames, qualquer alteração ou suspeita, vá ao mastologista ou a um ginecologista de confiança. A mamografia é essencial, também um ultrassom das mamas, se possível. Na vida, tudo vale a pena, só não vale a ignorância e a alma pequena.

Sobre a autora

Ivete Rosa de Souza

Nascida em Santo André, no ano de 1955, canceriana apaixonada por histórias. Adora poesia, crônicas e contos. Tem muitas histórias na cabeça, e a poesia que adorna os dias e veio para ficar. Dois livros de poesia publicados: “Coração Adormecido” e “Ainda dá Tempo”.

Instagram: @iveterosades



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