Frevo umbrella
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O Frevo que faz ferver
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Recife, considerada a Veneza brasileira, abriga em meio aos seus canais, vilas de casas coloridas à beira da calçada, essas construídas no século XIX. Logo após a libertação dos escravizados, eles tomaram as ruas da cidade, com um bloco de músicos e dançarinos, que seguiam freneticamente o ritmo acelerado do denominado Frevo. Era uma represália musical às bandas marciais, que traziam a sua marca nos desfiles militares, tudo bem uniforme e contido.


Nasceu aí o Frevo, tipicamente pernambucano, com o seu sotaque que mostrava a liberdade de movimentos, que misturavam várias danças de salão, em movimentos rápidos, livres e até algumas acrobacias. Com o tempo, tornaram o Frevo uma grande festa de alegria, passos ritmados e diversos, combinando cor e festa, culminando em fazer o público ferver.


E foi daí que surgiu o nome Frevo. Em algum momento, o ferver da música que evocava a todos a bailar passou a ser “frever”, no dito dos populares, se ferve é porque o Frevo abre alas para toda a avenida e todos que queiram pular, sorrir fervendo no compasso.


A cidade do Recife é a rainha do Frevo com o bloco Galo da Madrugada, centenário e comandante da festa. Em Olinda, o bloco Vassourinhas também ferve.


Todos os passistas executam passos complexos, com liberdade de criação. A sombrinha colorida não sai das mãos, mesmo nas acrobacias, quando serve de apoio, dando equilíbrio ao balanço e movimento. Acompanhado por instrumentos de sopro, como: trombones, tubas, trompetes e saxofones; sempre comandando os passos dos dançarinos, que diminuem ou aceleram a sua coreografia.


As apresentações do Frevo em Recife ocorrem no dia 9 de fevereiro, data que foi marcada pela primeira aparição em um jornal de Recife, depois outra apresentação em 14 de setembro, que marca o dia de seu nascimento.


Contabiliza-se que são executados mais de cem passos distintos para o Frevo. Sua complexidade passa por estilos como a polca, o maxixe e a capoeira. O bloco é constituído pela banda de sopro, que tem o nome de fanfarra, e passistas acrobáticos que vão à frente, em seus trajes multicoloridos e suas sombrinhas que bailam no ar.


O Frevo é contagiante, todos que ouvem saem a bailar. Os blocos Galo da Madrugada e Vassourinhas perpetuam a história do Frevo, são os mais antigos do estado de Pernambuco. Em 2014, foi inaugurado o Paço


do Frevo, um lugar que reúne informações referentes ao Frevo e toda a sua história.


O Frevo, que nasceu em Recife, foi reconhecido em 2007 como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade (Iphan) pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, e em 2012 passou a fazer parte da Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO.


Classificam-se três tipos de frevo: Frevo de rua, o tradicional; não é cantado, e sim executado ao ritmo dos instrumentos. Frevo de bloco: cantado e lembra as marchinhas de carnaval. E o Frevo-canção: orquestrado, com um ritmo mais lento, diferenciando-se dos outros.


Tive a grande alegria de ver o Galo da Madrugada, com seu ritmo contagiante, e todos à volta são chamados a dançar. Os seus passistas


são verdadeiros acrobatas, parecem nem ter ossos, tamanha a amplitude e rapidez dos movimentos!


Recife é notória por encantar seus visitantes com seus casarões, igrejas, rios e pontes. Sua gente morena e hospitaleira, seus segredos e mistérios. Recife é a cidade mais assombrada do nosso país. Com as revoltas contra os holandeses, e o legado de seus grandes poetas, escritores e outros artistas. Tem as mais peculiares e surpreendentes histórias daqueles que ali viveram e morreram.


O Frevo traz magia, sendo absoluto quando o motivo é festejar.


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Sobre a autora

Ivete Rosa de Souza

Nascida em Santo André, no ano de 1955, canceriana apaixonada por histórias. Adora poesia, crônicas e contos. Tem muitas histórias na cabeça, e a poesia que adorna os dias e veio para ficar. Dois livros de poesia publicados: “Coração Adormecido” e “Ainda dá Tempo”.

Instagram: @iveterosades



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